“Comer e coçar, basta começar”, diz o dito popular. Porém, sabemos – e nesses tempos de pandemia ainda mais! – que não se deve levar a mão aos olhos. Além do motivo mais “visível”, o da contaminação, se for para aliviar coceira, o hábito pode ser especialmente prejudicial: por sua característica delicada e sensível, a estrutura interna dos olhos e, sobretudo, sua camada mais externa, a córnea, não suportam o ato contínuo e intenso de esfregar. Além da possibilidade de arranhar a córnea, com o tempo os tecidos podem ficar deformados e mais finos, provocando uma grave doença degenerativa, o ceratocone, que, em casos extremos, leva à perda da visão.
A coceira é sintoma de alguma doença ou condição, e, portanto, deve receber avaliação médica e tratamento adequado. Ela pode ser consequência, por exemplo, de alergia provocada pelo ar seco, carregado de poeiras e outros poluentes ou, ao contrário, pelo excesso de umidade. Algumas doenças das vias aéreas superiores, como rinite, bronquite e sinusite, também causam desconforto aos olhos. Além dessas razões, determinados medicamentos podem ter como efeito colateral o “prurido nos olhos”.
Mas, como fazer, então, quando aquela súbita coceira se instala e as mãos mal conseguem se segurar? Nesses casos, depois de muito bem higienizadas, use-as corretamente: lave os olhos com água limpa, seque com cuidado, com uma toalha igualmente limpa e macia – de preferência que seja só sua – sem esfregar. Se o incômodo persistir, faça uma compressa com água gelada.
E, se depois de tudo isso, os olhos continuarem a coçar, procure o médico: só ele pode fazer o diagnóstico preciso e, se for o caso, indicar o tratamento correto.