Nossos dois olhos foram feitos para enxergar juntos e ao mesmo tempo. Mas, quando um deles – mais “preguiçoso” – não está completamente alinhado e comprometido com esse “trabalho em equipe”, a visão não se desenvolve adequadamente. Essa condição – a diminuição da visão em apenas um dos olhos, ou até mesmo nos dois – chamada ambliopia, pode se manifestar muito cedo nas crianças.
Segundo a Oftalmopediatra Ana Karina Bezzon, geralmente, isso acontece em razão de algum problema que impeça a chegada da luz à retina, como a catarata congênita, pálpebra caída e opacidade da córnea, ou ainda como consequência do estrabismo e até em pacientes com graus elevados de hipermetropia e astigmatismo.
A ambliopia atinge uma pequena parcela da população, mas nem por isso ela deve ser negligenciada, ao contrário! A visão da criança se desenvolve até os 7 anos e, depois dessa idade, fica mais difícil recuperar um eventual comprometimento. Quanto mais cedo diagnosticada, maiores serão as chances de recuperação plena.
O tratamento pode ser feito com uso de tampão, prescrição de óculos, ou, dependendo do caso, até mesmo por cirurgia.
As visitas anuais ao Oftalmopediatra são recomendadas a partir dos 3 anos de idade, período em que as crianças começam a realizar mais atividades, a ter maior esforço visual. No caso da ambliopia, em especial, a atenção dos pais para qualquer dificuldade que os filhos apresentem nas atividades escolares ou nas brincadeiras e o acompanhamento contínuo com o médico são essenciais para o pleno sucesso do tratamento. Porém, mesmo que não haja qualquer problema perceptível, o acompanhamento é importante porque, com o crescimento do esqueleto, o olho que ocupa a órbita se reacomoda podendo gerar graus antes inexistentes (leia mais sobre isso aqui).
Cuidar dos olhos das crianças – “preguiçosos” ou não – é fundamental para garantir a saúde ocular durante toda a vida.