Monitores, pandemia e miopia

O uso das telas de computadores, tablets e celulares faz mal aos olhos? Não, em condições normais, o hábito cada vez mais comum nos dias de hoje, é inofensivo, garantem os Oftalmologistas.

No entanto, nesses últimos tempos um fato novo passou a fazer parte de nossas vidas: a pandemia do Covid-19, que nos obrigou a ficar mais tempo confinados em casa. Impossibilitados de frequentar as salas de aula, crianças e adolescentes passaram a praticar as atividades acadêmicas em frente ao computador. E, no “recreio”, para relaxar, mais algumas horas no celular, na TV ou no videogame. O resultado dessa condição anormal foi o aumento de queixas em relação à visão e o crescimento significativo de diagnósticos de miopia entre os mais novos.

A Dra. Ana Karina Bezzon, do Centro Oftalmológico Perdizes, constatou que, de fato, nesse curto período de quase 2 anos, houve um aumento acelerado de novos casos de miopia, além da atípica elevação do grau daqueles que já usavam lentes corretivas. “A explicação para isso”, diz a médica, “é que a combinação de mais horas de exposição às telas com a curta distância entre os olhos e o monitor provoca um esforço extra da musculatura intraocular, que acaba por desencadear novos casos de miopia. Em algumas situações, chegamos a constatar uma ‘falsa miopia’, depois descartada no exame feito com a dilatação da pupila.”

Para minimizar essa situação, a médica recomenda que os pais incentivem os filhos a fazer pausas regulares de pelo menos 5 minutos a cada 50 minutos ou uma hora em frente ao monitor, para “levantar, tomar água e, se possível caminhar ao ar livre ou mesmo apreciar a paisagem da janela. O ‘olhar ao infinito’ relaxa o sistema de focalização dos olhos, e a exposição ao sol colabora nos processos fisiológicos naturais do globo ocular”, explica a Dra. Ana Karina.

A tecnologia tem sido essencial para enfrentarmos esses novos tempos e, cada vez mais, os monitores farão parte do cotidiano. Porém, como tudo na vida, é preciso controlar os excessos, especialmente no caso de crianças e os adolescentes. Estimule sempre as pausas regulares e, além do controle periódico anual, quando houver queixas de dor de cabeça, irritação dos olhos e dificuldade de visão, não espere: marque logo uma consulta com o Oftalmologista.

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